Ambliopia: o que é, como identificar e tratar?
Ambliopia se caracteriza pela perda parcial da visão de um ou dos dois olhos ainda na infância.
Por: Marina Lourenço
A visão humana vai se desenvolvendo conforme vamos crescendo. Durante a infância, pode acontecer de a visão de um dos olhos não se desenvolver bem, o que é chamado de ambliopia, e popularmente conhecido como “olho preguiçoso”. De acordo com o Centro Brasileiro de Cirurgia dos Olhos (CBCO), o problema, que afeta cerca de 2% da população, “não está especificamente no olho, mas na região cerebral que corresponde à visão e que não foi devidamente estimulada no momento certo”.
A oftalmologista do Hospital Oftalmológico de Anápolis (HOA), Dra. Bruna Angelina Souza CRM – 22938, RQE 14804, lembra que a ambliopia é uma deficiência visual que atinge cerca de 4% da população brasileira e pode causar cegueira funcional. “A ambliopia causa a diminuição da visão em um olho. Isso acontece quando os nervos que ligam o cérebro ao olho não funcionam como deveriam e deixam de ser estimulados. Por causa disso, o órgão acaba favorecendo o “não-preguiçoso”, deixando o outro sem desenvolvimento e com baixa visão” explica a oftalmologista.
Daí a importância do Teste do Olhinho ou da realização do exame oftalmológico feito pelo próprio pediatra logo após o nascimento. Consultas regulares durante a fase de desenvolvimento da visão ajudam no diagnóstico precoce, já que a ambliopia é bastante comum até os sete anos — afirma a oftalmologista do Hospital Oftalmológico de Anápolis (HOA), Dra Bruna.
Especilistas afirmam que a ambliopia surge ainda na infância, do nascimento até os oito anos de idade, quando os olhos da criança ainda estão formando conexões vitais com o cérebro. A perda de visão pode acontecer quando um objeto bloqueia ou embaraça a vista em um ou nos dois olhos da criança. Então o cérebro para de reconhecer as imagens captadas pelos órgãos e começa a ignorá-las, caracterizando um quadro de ambliopia.
As principais causas de ambliopia
Estrabismo
O caso do estrabismo é o mais comum. A criança que nasce com essa deficiência tem um ou dois olhos “dispersos”. Isso significa que essa pessoa pode ter olhos apontando em direções diferentes, fazendo com que eles não fiquem retos na mesma direção. Como o órgão alinhado mantém conexão direta com o cérebro, ele continua trabalhando normalmente. Já o outro, bem mais fraco, não foca direito e acaba sendo ignorado pelo sinal enviado nas vias nervosas. O que eventualmente pode gerar ambliopia.
Anisometropia
A ambliopia também pode derivar da anisometropia, quando os dois globos oculares têm graus diferentes. Nesta ocasião, um dos olhos tem um grau muito alto, enquanto o outro tem pouco, causando uma grande diferença entre os níveis de visão. Assim a pessoa desenvolve ambliopia anisometrópica.
Pálpebra caída, Catarata e visão embaçada
Também é possível desenvolver ambliopia por causa de algum problema estrutural e anatômico do globo ocular, como acontece nos casos de pálpebra caída e catarata. Em outros casos, a condição pode ser causada por clarividência severa (hipermetropia), clarividência próxima (miopia), ou astigmatismo (uma forma de visão desfocada). Nessa situação, a visão embaçada faz com que o cérebro ignore as imagens recebidas.
Quais são os sintomas de ambliopia?
Para ficar de olho nos sintomas da deficiência é necessário saber que uma pessoa com ambliopia costuma apresentar diversos problemas de visão. Alguns deles são:
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Apertar os olhos para enxergar
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Cobrir um olho para enxergar apenas com o outro
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Ter olhos que apontam em diferentes direções
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Entortar a cabeça para ver melhor
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Percepção ruim de profundidade
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Problemas em ver três dimensões
Dra. Bruna alerta que é necessário tomar precauções quando se trata de crianças, uma vez que é mais comum que elas deixem de relatar dificuldades oculares aos adultos. “Essa situação pode acarretar um diagnóstico adulto de ambliopia, gerando maior estresse ao paciente”, explica a oftalmologista do HOA.
Qual é o tratamento e quando ele ocorre?
Ao contrário do que se acredita, o tratamento de ambliopia não é feito apenas na infância. Apesar desta ser a idade mais comum para resolver o problema, um tratamento tardio de ambliopia pode gerar resultados. Algumas pesquisas mostraram, inclusive, que certos tratamentos são mais efetivos em adultos.
Cientistas da universidade de Dalhousie, descobriram que é possível trazer a visão do “olho preguiçoso” com indução de anestesia. Na prática, os médicos aplicam uma anestesia de tetrodotoxina (TTX) para que o olho “bom” pare de funcionar temporariamente. Desta forma, o órgão que está com dificuldade em enxergar vai começar a receber sinapses do cérebro. Então essas conexões vão fortalecer as vias nervosas danificadas.
Estudos sobre ambliopia ainda estão em sua fase laboratorial, sendo testados apenas em animais, entretanto, eles significam um grande avanço no tratamento dessa deficiência visual. Por enquanto, as medidas possíveis para uma “cura” da condição são:
– Utilização de óculos de grau;
– Tampão e colírio — cobrir o olho “bom” com um tampão para promover melhora no “olho preguiçoso”;
– Tratamento em casos de estrabismo — nessa situação pode ser realizada uma cirurgia para deixar os dois olhos no mesmo sentido;
– Remoção de cataratas — que também pode exigir um tratamento cirúrgico.
Ambliopia causa cegueira total?
Apesar de não ser considerada cegueira, a ambliopia é considerada uma deficiência visual, pois ela causa a perda na capacidade de enxergar. Caso não haja um cuidado adequado com a ambliopia, e o olho em boas condições pare de funcionar por algum motivo, a pessoa pode passar a ter cegueira funcional.
Para que a condição seja considerada cegueira monocular, um oftalmologista precisa fazer o acompanhamento e determinar a sua gravidade. Haja vista que existem diversos níveis de ambliopia, desde o mais leve até o mais grave.
A ambliopia atinge quantas pessoas no Brasil?
No Brasil, segundo o Instituto Strabos, a ambliopia acomete cerca de 2% a 4% da população, incluindo adultos, idosos e crianças. Sendo a principal causa de baixa visão em brasileiros com menos de 60 anos. O diagnóstico é mais comum em crianças com um histórico familiar, bebês prematuros e com atraso em seu desenvolvimento.
O Hospital Oftalmológico de Anápolis possui médicos capacitados e atendimento especializado para tratar a ambliopia. Nossa equipe de oftalmologistas possuem referência para cuidar da sua visão. Aqui no HOA você tem acompanhamento profissional para sanar as dúvidas em relação a qual o melhor tratamento a ser aplicado para quem já foi diagnosticado com ambliopia. Marque sua consulta pelo WhatSapp: (62) 3310-5600 e 3310-5640.